POEMAS GÓTICOS 🖤
LUA
Olhando por sob o vidro fosco a luz da lua
sinto-me banhado pelo peso e pela dor
sinto como se isso tivesse pesado
pesado sobre mim.
Olhando por sob o vidro fosco a luz da lua
sinto-me nas profundezas do confronto
sem saber o que é real e o que não é
a lua segue pesada sobre mim.
Olhando por sob o vidro fosco a luz da lua
a nuvem negra como o torpor que carrego
preso ao som da própria mágoa
a lua segue pesada sobre mim.
O medo chega, a morte abraça, o peito dói
e a lua segue lá, parada, observando-me,
desejando-me, pesada.
Pesada sobre mim.
Entregue-me o teu fardo
Eu venho andando sozinho ultimamente
te observando de uma certa distância,
olhando o teu sofrimento, tua dor
deixe-me pegar teu fardo, deixe
que eu te livre dessa dor.
Eu sinto a mágoa que percorre em ti,
eu vejo a sombra que te cobre
olhando teu sofrimento, tua dor
deixe-me pegar o seu fardo, deixe
que eu te livre dessa dor.
Eu sinto a luz pálida da lua sob o tom
de tu pele, de teus cabelos, olhos chorosos
deixei que eu te guie para a luz,
deixe que eu te livre dessa dor.
Entregue-me o teu fardo,
dá-me a tua dor, deixe que
eu te leve para a luz que acolhe,
que eu te livre dessa dor
Não me deixa cair
Preso por sob a fina camada de cordas que está a romper,
a mão sua, fraqueja, cansa, e eu te peço.
Não me deixa cair.
Olhando a altura, sentindo a vertigem correr em mim
como o sangue que corre por minhas veias,
a mão sua, fraqueja, cansa, e eu te peço.
Não me deixa cair
Olhando por sob os olhos quase fechados o penhasco,
a altura que se destoa, querendo romper meu corpo,
a mão sua, fraqueja, cansa e eu te peço.
Por favor não me deixa cair.
Cansado e pálido sob o vento que gélido me corta
me sinto fraco, cansado, com medo, vejo a morte,
choro, imploro, grito, te peço.
Por favor, não me deixa cair.
Aquele que chora quando está sozinho
Em sorrisos plásticos, sendo simpático,
sem nem mesmo saber quem realmente é,
mas eu sei quem você realmente é.
Você é aquele que chora quando está sozinho.
Você tenta disfarçar a mágoa, você ri falsamente
mas sob o céu nublado eu vejo tua dor, eu vejo
o teu sofrimento, tu é aquele que chora,
aquele que chora quando está sozinho.
O teu silêncio fala mais que tua boca
teu ar chora mais que os teus olhos
e tua vida se vai aos poucos, e tu achando,
achando que ninguém o vê.
Você é aquele, é aquele que chora,
chora quando está sozinho.
Suficiente
Eu queria saber, ser alguém suficiente.
Eu queria saber, eu queria ver além.
Há uma voz que explode em minha cabeça,
há uma voz em que susurra pra mim o quanto
eu sou fraco e perdido em quem eu próprio sou.
Tenho vontade de desligar os pensamentos,
com as lâminas cortar tudo o que aberto está
com as cordas sufocar tudo o que me prende
com a água afogar toda a mágoa que me bate
Queria voltar o tempo em que era inocente,
o tempo em que a vela não cheirava morte,
eu queria voltar o tempo em que era inocente
tempo em que acreditava que tudo ficaria bem
Preso em mim mesmo como vou me salvar?
Preso na própria cabeça como vou enlouqecer?
O barulho aumenta, o som martela meu ouvido
e eu sou queria desligar, desligar o barulho em
minha cabeça, aquele que susurra o quanto
eu queria ser o suficiente.